quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

O SEU teatro!

Qual o seu teatro?

Denise Stoklos em 1987 falava do teatro essencial, do teatro que ela escolheu pra fazer...:

http://www.denisestoklos.com.br/trab_manifesto_essencial.htm

"Irati. Ir a ti. Pequena cidade do sul do Brasil onde nasci. Parece uma bacia, se diz. Parece sim, com aquelas montanhas ao redor do vale onde estão as casas. Da minha, eu via os campos de trigo lá longe e pensava: deve haver algo a mais, além daqui.
Senti o mesmo com o melhor teatro que encontrei. Pensava: deve haver mais, além. E tem. O a mais é o que está sempre vindo. Dentro desta disposição dialética me sinto livre."

Não sei se interpreto bem, mas ao ler novamente o restante do manifesto, penso que a Denise Stoklos fala de um teatro que a move, que faz questionamentos com o que há de mais humano e universal dentro dela mesma. Claro que a atriz utiliza uma " técnica" específica em seus trabalhos mas ela foge, ou melhor nem passa perto, da teatralidade que não seja humana.

Ao falar de teatro de rua para a Cooperativa de Teatro, Georgette Fadel também cita algo próximo a ela:

http://teatroderuaelt.blogspot.com/2006/06/entrevista-com-georgette-fadel.html

" Isso é uma vida, não é? Quando eu penso numa coisa eu sempre e imediatamente penso também no contrário. E então as opiniões que eu emito sobre as coisas me parecem meio superficiais. Quando eu penso em teatro de rua, eu penso em festa popular, em teatro tradicional, em bumba-meu-boi, naquelas cheganças ou na festa do divino, que eu assistia nas festas de São João, em Laranjal Paulista, perto de Tietê, que tinha um clima... Era como se aquilo é que fosse a vida mesmo e, na verdade, todo o resto fosse a manutenção de um estado um pouco de dormência. Eu lembro muito do carnaval ou do natal em Laranjal, então sempre que eu penso em teatro de rua eu penso nessa onda, parece que eram os momentos felizes da minha vida.Eram momentos de festa, literalmente festa — o que hoje a gente procura, por exemplo, indo a uma boate... mas não é a mesma coisa...
...O Celso Frateschi falou, uma vez: -Nós não somos a resistência, somos a vanguarda."

Me parece que deixamos de ser vanguarda e colocamos o teatro como resistência. Não percebemos ( acompanhando os pensamentos da Fadel e da Denise Stoklos), que nunca fomos integrados à pólis, que somos obrigados então a escolher o que já nos é dado, ora, se é dado como é que posso escolher?

É preciso força pra seguir, fé para animar e vida para viver!
Nos reconstruímos e nos culpamos muito, para fazer teatro é preciso saber JOGAR, e na vida não é diferente.

Enfim, ainda acredito que fazer Teatro é uma vocação divina e terrena e é claro POLÍTICA, não a política partidária, é claro, mas a política humana.

Celebrar é preciso! Celebrar a liberdade e o amor ao ser humano...Celebrar a vida! Sejamos a vanguarda!

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